Justiça limita entendimento sobre uso de documento em alienação fiduciária de imóvel
A Corregedoria Geral do serviço extrajudicial limitou o entendimento sobre a forma exigida para contratação de garantia de alienação fiduciária de imóvel, na qual a propriedade do bem é transferida pelo credor ao devedor após o pagamento total da dívida.
Por meio do Provimento nº 33/2024, a Corregedoria do Foro Extrajudicial estabeleceu que utilizar documento particular com efeito de escritura pública, para alienação fiduciária de imóvel, somente será possível pelas entidades autorizadas a operar no Sistema de Financiamento Imobiliário, incluindo as cooperativas de crédito.
Na medida, a Corregedoria considerou a necessidade de padronizar o entendimento sobre a forma exigida para contratação da garantia de alienação fiduciária de bem imóvel, que necessariamente deverá ser adotada por todos os setores e entidades públicas ou privadas, em especial, pelos Registros de Imóveis.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
O Provimento nº 33/2024, editado pela Corregedoria-Geral do Foro Extrajudicial do Maranhão, acrescentou ao Código de Normas (Provimento nº 16/2022) a Seção XIV ao Capítulo IV do Título III, com o artigo 628-S, que dispõe sobre alienação fiduciária em garantia sobre imóveis.
O parágrafo único desse novo artigo garante que a exigência de escritura pública inclui outras exceções legais previstas no Código Civil, tais como os atos envolvendo Administradoras de Consórcio de Imóveis e entidades integrantes do Sistema Financeiro de Habitação.
O entendimento mantido pela Corregedoria é considerado de grande relevância para todos os setores e entidades, especialmente os Cartórios de Registros de Imóveis, por garantir segurança jurídica e influenciar positivamente as questões sociais e econômicas.
É também um passo importante para fortalecer os direitos dos cidadãos e evitar que novos conflitos entrem na Justiça, em acordo com os objetivos estratégicos do conselho Nacional de Justiça.
A juíza Laysa Paz Mendes, auxiliar da Corregedoria do serviço extrajudicial ecplica que, pela alienação fiduciária, o devedor, mantendo a posse direta do imóvel, transfere sua propriedade para o credor como forma de garantia do pagamento do empréstimo ou financiamento. Se o devedor saldar a dívida, ele recupera a propriedade plena do bem. Se não saldar a dívida, o credor pode tomar a posse do imóvel, de forma extrajudicial, levando o bem a leilão para quitar a dívida.