Como economizar água no condomínio
KÊNIO DE SOUZA
Nos dias de hoje, com a falta de tempo aliada a rotinas exaustivas e agitadas, procuramos formas mais práticas e ágeis de resolver as questões do dia a dia – preferencialmente, gastando menos. Quando se trata de um condomínio, isso deve ser levado mais a sério, tendo em vista que os custos são muito maiores que os de uma casa. Assim, impõe-se o gerenciamento com inteligência.
Conforme dados da Copasa, um filete de 1 mm vazando de uma torneira desperdiça, em média, 2.088 litros por dia, portanto, 32.640 litros por mês, o que pode chegar um gasto mensal médio de R$ 160. Tudo, por falta de manutenção ou atenção na hora de fechar a torneira. Imagine esse prejuízo multiplicado por várias torneiras e descargas, sem manutenção, num edifício com dezenas de unidades.
O uso dos vasos sanitários pode consumir até 40% da água do uso doméstico. A utilização do vaso acoplado pode ser uma saída para economizar, pois esse tipo tem o consumo fixo de seis litros de água por descarga, diferentemente do vaso normal, mais antigo, que gasta em média 12 a 15 litros de água por descarga, conforme dados do site Wikipédia.
REVISÃO HIDRÁULICA BENEFICIA TODOS
A maioria das famílias é formada por pessoas que trabalham ou estudam, que não têm tempo para encontrar um bombeiro hidráulico (especialmente de confiança) e acompanhar a execução do serviço. Por essa dificuldade, a verificação do sistema hidráulico acaba sendo deixada para segundo plano.
Uma solução inteligente para o condomínio seria contratar um profissional para revisar o sistema hidráulico de todo o prédio, especialmente dos apartamentos, salas e lojas (banheiros, cozinha e área de serviço), pois a falta de troca das buchas das torneiras e reparos de descargas acarreta uma enorme despesa na conta d’água. As despesas com a mão de obra seriam incluídas nos gastos normais do condomínio, ou seja, na taxa ordinária. Somente o custo com peças e reparos das descargas seria pago à parte pelo proprietário/morador da unidade. Certamente, com a redução na conta d’água, essa medida seria um fator de economia para a coletividade.
O RATEIO DA TAXA DE CONDOMÍNIO E O QUE GASTA ÁGUA
Os banhos demorados são um dos maiores vilões do consumo. Em se tratando da água para uso doméstico, a média de consumo é de 37%, podendo chegar a 50%. Conforme dados da Copasa, em cinco minutos com o chuveiro aberto, 60 litros de água são consumidos.
Logo, fica evidente que, por exemplo, não é o fato do apartamento de cobertura ter um tamanho maior que os apartamentos tipo que gera necessariamente maior consumo de água, pois geralmente o número de moradores numa cobertura é menor que a média de moradores que residem nos apartamentos tipo. Quando uma cobertura possui piscina é razoável que esta pague, no máximo, 20% a mais sobre a taxa de água que é paga pelos apartamentos tipo, pois assim evita-se qualquer polêmica, conforme aponta perícias judiciais realizadas em processos onde o Juiz de Direito declara nula a cláusula de divisão das despesas pela fração ideal, que gera uma cobrança em excesso sobre o cobertura ou apartamento térreo. Quanto ao rateio das demais despesas, este deve ser igualitário, já que elas decorrem dos empregados, da limpeza e do uso das áreas comuns que são utilizadas igualmente.
RÁDIO JUSTIÇA DO STJ e RÁDIO BAND NEWS
Ouça no site www.radiojustica.jus.br, a qualquer hora, minha coluna de Direito Imobiliário na Rádio Justiça do Supremo Tribunal Federal, (FM 104,7 Brasília), com orientações sobre este tema, bem como sobre o artigo “Denúncia volta contra o denunciante”. Basta colocar no local da pesquisa do site: kenio pereira. Tire suas dúvidas na BandNews (FM 89,5) toda segunda e sexta-feira, às 13h12.
O tempo - 02/02/2014