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BDI Nº.0 / 2018 - Notícias Voltar

Elevado custo com despesas de condomínio tem feito moradores optarem por portaria virtual.

Elevado custo com as despesas de condomínio tem feito moradores optarem por portaria virtual

Para aliviar o caixa, surgiu a portaria remota ou digital, que consiste em um sistema no qual o prédio opera 24 horas à distância, porém com as mesmas funcionalidades de um porteiro físico

Administrar a portaria em condomínios é uma dor de cabeça para muita gente. Quando se trata de colocar funcionários para tomar conta do prédio, as despesas aumentam bastante, pois é necessário pagar todos os direitos dos empregados, como férias, horas extras e 13º salário, entre outras obrigações sociais. Para aliviar o caixa dos condomínios, surgiu a portaria virtual, remota ou digital, que consiste em um sistema no qual o prédio opera 24 horas a distância, porém com as mesmas funcionalidades de um porteiro físico.

“Quando um visitante ou morador acessa o interfone entre andares ou na portaria principal, a ligação é atendida por uma central que prontamente recebe a ligação a distância”, explica Rodrigo Karpat, advogado militante na área cível há mais de 10 anos e sócio-fundador do escritório Karpat Sociedade de Advogados. “No início, parece algo assustador o porteiro não estar lá quando precisarmos e que o prédio ficaria inseguro durante todo o dia.”

O especialista confessa que também já teve uma impressão errada da portaria local. “No entanto, quando me deparei envolvido em questões práticas sobre o tema percebi, infelizmente, a deficiência nas portarias físicas, seja com porteiros mal treinados, que abrem, indiscriminadamente, o portão, ou com outros que cochilam muitas vezes a noite inteira, o que é uma constante. Então, a falsa sensação de segurança não pode impedir a evolução do condomínio. E a evolução, neste caso, se chama portaria digital”, garante Rodrigo.

“Logicamente, não devemos nos ater apenas a isso. Temos outras variantes que precisam ser analisadas, como questões físicas do prédio, portões, câmaras e, principalmente, o perfil e a cultura dos moradores. A maior barreira para a implantação da portaria virtual é a cultura dos condôminos. Grande parte deles está acostumada ao porteiro abrir a porta para pegar as compras, guardar as chaves, bater papo, passear com os cachorros após o serviço ou efetuar pequenos reparos em unidades. Isso parece fundamental no dia a dia de alguns condomínios”, ressalta o advogado.

APROVAÇÃO EM ASSEMBLEIA

Rodrigo lembra que a mão de obra chega a pesar até 80% no custo do condomínio. “O que parece um benefício e conforto representa um custo. Por exemplo, condomínio de R$ 1 mil em vez de R$ 300 em prédios pequenos. Mas, cuidado! A implantação da portaria virtual requer aprovação em assembleia com convocação específica. É importante engajar toda a massa condominial com orientações por meio de pesquisas e reuniões prévias. Entendo que não havendo impedimento na convenção, o quórum para implantação é o de maioria simples”, explica.

“Na escolha da empresa é fundamental observar se tem link dedicado, gerador, contrato sem fidelização e pesquisa em condomínios que a empresa atende, além de pedir pelo menos três orçamentos antes da contratação. A implantação requer muitas vezes aquisições de equipamentos (quórum de maioria simples), pequenas adequações, como subir o gradil, colocar insulfilme na portaria (quórum de maioria simples) e algumas vezes obras físicas (quórum de 50% mais um do todo quando se tratar de obras úteis, conforme determina o Código Civil). Portanto, fique atento”, alerta o especialista.

 

 

 

CORREIO DE MINAS, 1.11.2018