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BDI Nº.18 / 2014 - Comentários & Doutrina Voltar

Temor de bolha no mercado imobiliário não tem fundamento

Desde que os preços dos imóveis começaram a subir expressivamente em 2007 vemos pessoas ansiosas e até torcendo para que ocorra uma “bolha” no Brasil, como se a queda de preços em torno de 70% fosse um grande benefício. Há diagnósticos sobre o setor, sem qualquer fundamento, pois comparam os preços de imóveis em Miami com os praticados no Brasil para justificar que os valores aqui são astronômicos. O problema é que esses analistas se esquecem ou não sabem que o preço dos imóveis atualmente em Miami representa 1/5 do valor que era praticado em 2008, ou seja, o preço lá é que está muito baixo. Em 2007 se construía nos Estados Unidos sete vezes mais do que se constrói hoje e os bancos emprestavam até mais de 100% do valor do imóvel dado em hipoteca, sem muito critério, pois até um jovem inexperiente e com renda baixa obtinha crédito elevado. No Brasil a situação é bem diferente, porque os bancos financiam em média 60% do preço do imóvel e são mais rigorosos para emprestar, sendo mínima a inadimplência nesse setor, pois a alienação fiduciária, que visa garantir o credor, a inibe. O mutuário pode perder a propriedade com apenas 8 meses de atraso. Ao analisar o mercado, o economista Ricardo Amorim afirmou que em aproximadamente 100 casos estudados por ele, percebeu que nunca houve um estouro de bolha em um país, onde o crédito imobiliário representasse menos de 50% do PIB, o que pode indicar que esse risco está longe de acontecer no Brasil. No Brasil a situação é totalmente diferente, pois o crédito imobiliário em 2007 correspondia a 1% do PIB, sendo que subiu de forma expressiva com o boom imobiliário, situando-se atualmente em torno de 6% do PIB. O estímulo à construção de novas unidades habitacionais tendo sido uma estratégia do Governo Federal, pois este setor exige menor custo de investimentos para gerar novos postos de •••

Kênio de Souza Pereira*