Antes de decidir sobre comprar ou alugar um imóvel, pese vantagens e desvantagens.
É importante fazer as contas e comparar para acertar na escolha em cada caso
Duas dúvidas recorrentes, mas que afetam muita gente: devo alugar ou comprar um imóvel? Qual o momento certo e como posso ter a certeza de que estou optando pelo melhor caminho no momento? Daniele Akamines, diretora da Akamines Negócios Imobiliários, ressalta que as placas de vende-se e aluga-se multiplicam-se por todo o país, chegando a criar diversas oportunidades para quem está em busca de um imóvel. “Mas, quando o comprador ou locatário está pronto para dar esse passo, surge a dúvida: qual a melhor alternativa — comprar ou alugar? São muitas as variáveis a se ponderar nesse momento e todas têm vantagens e desvantagens. O importante é saber estudar cada caso, analisar de acordo com a situação financeira vivida e, no fim, questionar se vale a pena comprar”, ressalta a executiva.
“Estamos em um momento em que os preços dos imóveis vêm caindo e as taxas de juros também, o que é muito bom, mas, ao mesmo tempo, necessita atenção sempre. Hoje, a taxa média de juros para o financiamento imobiliário está em 7,8% ao ano, enquanto que em 2016 essa taxa média era superior a 10% ao ano. Cabe lembrar que existem algumas linhas de financiamento mais baratas e com subsídio do governo, como o Minha casa, minha vida (MCMV). Nessa linha, a taxa de juros inicia-se em 4,5% ao ano e o subsídio pode chegar a até R$ 29 mil”, alerta Daniele.
Quando compra um imóvel, a pessoa pode reformar, pintar e personalizá-lo da forma que o próprio bolso permitir. “Mas também ficará sujeita às oscilações do mercado e quanto à valorização ou não do bem. Não podemos deixar de citar que, caso a opção seja pela compra do imóvel, é preciso calcular os custos com pagamento de ITBI (imposto a ser pago à prefeitura) e o custo para o registro do contrato no cartório de registro de imóveis.”
Daniele ressalta que alugar proporciona a liberdade de poder mudar de imóvel mais fácil e rapidamente, quando for necessário, além de não se expor à volatilidade dos preços (esses custos são suportados pelo proprietário do imóvel). “Porém, também não dá a segurança de continuar no mesmo imóvel, pois sempre existe o risco de o locador não querer prorrogar o contrato. Não podemos deixar de lembrar que, para a locação, é necessário apresentar uma garantia, que pode ser o fiador, o seguro-fiança ou até mesmo um título de capitalização.”
TAXA DE RETORNO
“Considerando pura e simplesmente os termos financeiros, uma forma fácil e prática é calcular a taxa de retorno. Esse cálculo vale para as compras à vista (valor do aluguel/valor total do imóvel) 100 = Taxa de retorno. Essa deverá ser comparada com o retorno mensal de uma aplicação em renda fixa. Se a taxa de retorno for maior que o rendimento das aplicações, vale a pena comprar o imóvel. Se for menor, continue alugando e invista o dinheiro. Ou seja, se temos um aluguel de R$ 3 mil para um imóvel que vale R$ 500 mil, a taxa de retorno é de 0,6%; logo, se a aplicação render menos que 0,6% é um bom momento para comprar o imóvel. Caso o rendimento seja superior, é melhor manter o dinheiro aplicado”, esclarece a executiva.
Ilustração/EM“Já para os casos financiados, de forma simplista, podemos fazer o seguinte cálculo: se em 15 anos vou pagar R$ 1 milhão por um imóvel de R$ 500 mil no financiamento, em quanto tempo chego aos R$ 500 mil se investir esse dinheiro? Se esse prazo for superior aos 15 anos, vale a pena financiar. Caso seja inferior, é melhor ficar no aluguel e aplicar o dinheiro. Os aluguéis estão mais sujeitos às movimentações macroeconômicas que o valor de venda, que está mais atrelado à demanda. Mesmo com o cenário atual, o custo da locação subiu (nos últimos 12 meses) 1,44%, ao passo que o valor de venda dos imóveis caiu 0,32%. Outra observação importante é que o imóvel que se compra não é um investimento, é patrimônio”, alerta Danielle.
“O interessante aqui é que não existe uma resposta-padrão que vai valer para todas as pessoas. Essa decisão depende muito do momento de vida de cada um. O mais importante, antes de decidir por qualquer um dos caminhos, é fazer contas e procurar ajuda especializada para um melhor entendimento e esclarecimento do assunto”, aconselha a executiva.