Área do Cliente

Cai número de imóveis retomados por inadimplência.

Diário das Leis - Noticias

.Ao todo, 1,8 mil unidades foram recuperadas por instituições financeiras. O número é referente ao estoque de imóveis financiados, mas, para comparação, equivale a menos de 1% das transações ocorridas no período

O número de imóveis retomados em razão da falta de pagamento de parcelas do financiamento caiu 18,7% nos últimos 12 meses encerrados em março, quando comparado aos 12 meses anteriores, de acordo com a Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo (Arisp).

Ao todo, 1,8 mil unidades foram recuperadas por instituições financeiras. O número é referente ao estoque de imóveis financiados, mas, para comparação, equivale a menos de 1% das transações ocorridas no período.

Em todo o ano passado, foram retomados por inadimplência 1.9 mil imóveis, ante 2,2 mil no ano anterior. Em 2012, quando a economia ainda crescia e havia rescaldo do boom imobiliário iniciado por volta de 2006, apenas 462 imóveis foram parar nas mãos das financeiras.

O número de execuções extrajudiciais de imóveis adquiridos com crédito lastreado com alienação fiduciária (na qual o comprador só se torna dono do bem após a quitação) também diminuiu 22,9% entre abril do ano passado e março de 2019, na comparação com os 12 meses anteriores.

"Depois da lei de alienação fiduciária, os financiamentos aumentaram e os juros diminuíram", afirma Patrícia Ferraz, da Arisp.

Até 1997, quando a lei foi criada, praticamente 100% dos financiamentos imobiliários eram feitos pela modalidade de garantia hipotecária (o comprador tem a posse e a escritura do imóvel, que fica hipotecado até o término do pagamento da dívida).

O processo de retomada do imóvel era judicializado e demorava entre seis e sete anos para encerrar. Hoje, apenas 1,8% dos negócios é feito por essa modalidade, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

"A alienação fiduciária foi uma forma de garantia inovadora e mudou o mercado", diz José Antonio Cetraro, advogado especializado em crédito imobiliário.

recuperação do imóvel em razão de inadimplência demora cerca de três meses.

"Pena que, de uns tempos para cá, esteja havendo intercorrência do Judiciário em relação a essa modalidade e a insegurança jurídica pode voltar."

 

 

 

FONTE: ESTADÂO, 3.6.2019